Elas são incômodas, interrompem seu vídeo, leitura e confundem qualquer conteúdo que parecia interessante. Para qualquer pessoa que consome conteúdo na internet, ler uma notícia ou artigo pode ser desafiante: é preciso desviar de banner, vídeos entre um parágrafo e outro, fora o já velho conhecido pop-up (que deveria ter ficado lá nos primórdios da internet, no início dos anos 2000). Porém, parece que isto está prestes a acabar. A organização internacional Coalition For Better Ads (CBA), formada por players da publicidade na Europa, criou ações em prol da boa experiência do usuário, identificando os tipos de publicidade intrusiva e impondo medidas para combater estes formatos pra lá de inconvenientes.

Pesquisa sobre propaganda

O IAB Brasil também se comprometeu em banir propagandas invasivas e que de fato perturbam o usuário. Os esforços partem principalmente a partir de pesquisas que comprovam o quanto a publicidade intrusiva irrita o consumidor. Uma pesquisa global do Ipsos Public Affairs, realizada em 23 países, mostrou que 75% dos entrevistados consideram a publicidade online irrelevante. No Brasil, o número cai para 65%. Outro dado interessante é que 57% dos entrevistados usam bloqueadores de anúncio.

Bloqueadores de anúncio vêm “salvando” a navegação dos consumidores na internet, mas muitos portais estão tentando desviar da ferramenta, impedindo que o usuário leia o conteúdo se não desativar o bloqueador. Será que isso traz uma boa impressão ao leitor? Até o dia 15 de Fevereiro, o próprio Chrome trará bloqueador embutido, a fim de impedir que estas propagandas atrapalhem a boa experiência do usuário.

Com o marketing de conteúdo ‘na moda’, propagandas intrusivas podem causar o efeito reverso no consumidor. Ele rejeita a marca.

Enquanto algumas marcas ainda acham que o banner gigantesco travando a navegação do usuário vai chamar atenção, outras marcas simplesmente apostam no conteúdo: campanhas que conversam com o consumidor sem tentar empurrar a venda. Se a propaganda intrusiva é irritante no desktop, imagina no mobile, visto que o número de pessoas acessando a internet por dispositivos móveis cresce disparadamente.

Mas como continuar a anunciar na internet e não ser a marca chata?

Existem diversas formas de continuar anunciando na internet, mudando a forma como a própria marca quer ser reconhecida pelos usuários. Sabemos que as pessoas estão mais exigentes, comparam produtos, leem reviews, acompanham reclamações e têm voz ativa nas redes sociais para realizar verdadeiros ‘boicotes’, como aconteceu com a Zara há um tempo atrás.

O marketing de conteúdo, mais buscado pelas empresas, foca justamente na experiência que quer proporcionar ao consumidor. E justamente trago um bom exemplo abaixo que vale a pena: a marca Old Irish criou um tour de realidade virtual pela Irlanda, para que o consumidor pudesse de fato se sentir no país de onde vem a cerveja. É incrível o desfecho.

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